sábado, 26 de janeiro de 2013

Pensares a conta-gotas (170)


Tudo se faz poema.
Bastam regras
ou maestria.
O que é poesia?
Arte, vida,
enigma, amnésia
ou fantasia? 





No corpo,
aceita-se quase tudo
de erros a ferocidade,
de tatuos a obesidade. 

Na cabeça,
quase nada se assenta
de acertos a realidade,
de calmarias a tormenta. 

O que será, pois, de nós,
depois do prazer incerto,
quando bem pouco restará
deste deserto?
 
 
A minha frente,
o ar parado,
o vento molhado,
já tarde acordado,
nestes tempos,
de tempo peneirante,
uma quase chuva
de fiandeira fiando fios
de seda fina, no instante
de pouca luz da neblina. 

De dentro de mim,
ora, também, parado,
analiso o tempo,
imemorável,
tal a bruma que vem
do ar nublado,
como irresgatável
é o já passado.
 

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