(Para Mimi Lajous, lembrando Paris dos anos 70)
Paris sempre há de ser luz,
o que muda são os penteados,
as
feições e rostos,
as fantasias
e prédios,
as
canções, os prazeres e alegrias,
ou, mesmo,
os tédios, por ironia.
Paris devra être toujours lumière,
ce qui change ce sont les coiffures,
les apparences et visages,
les fantaisies et bâtiments,
les chansons, les joies et plaisirs,
voire, même, les ennuis, par ironie.
Mudanças vão acontecendo,
sem que se lhes dê reparos,
imperceptíveis e quotidianas
atenções,
até que um dia vêm os acontecimentos,
as fotos
para nos levar a variadas
sensações.
Ces changements vont à son train,
sans besoins de gros renversements,
avec des imperceptibles et quotidiennes
attentions,
jusqu´au jour où arrivent les
événements et les photos
pour nous ramener à des sensations
variées.
Onde, agora, os penteados, as
pessoas,
os prédios, as canções, as
emoções?
Recolhidos, quem sabe, em capa de
saudade?
Maldades dos tempos? Bondades da
vida?
Não, sentimentos inerentes ao
passar das idades.
Où, maintenant, les coiffures, les
personnes,
les bâtiments, les chansons, les
émotions?
Reccueillis, peut-être, sous cape de
nostalgie?
Méchancetés des temps? Bontés de la
vie?
Non, des sentiments dus aux jours durants.
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