sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Pensares a conta-gotas (225)


Gastam tempo e papel,
gastam dentes e salivas,
gastam mármore e cinzel,
gastam telas, tinta e pincel,
gastam ciência, bolso e suor,
gastam mente, massa cinzenta,
gastam mais do bom, do melhor. 

Muito gestam, bem pouco criam,
gozam, gastam, gostam à revelia,
quando chegam a fazerem algo,
já vem carregado de avarias.
Mas como nada dissemos,
já nada podemos dizer,
não é, poeta Eduardo
Alves da Costa?


 

Todo erro tem conserto,
todo aperto tem descanso,
toda corrente tem remanso,
todo palpite tem efeito,
todo começo tem limite,
todo defeito tem solução,
só os desejos de perfeição
carecem de jeito e precisão.

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