segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Pensares a conta-gotas (224)


(Pedras que tantos pés pisaram, mãos alisaram...)

Não sei se este texto está terminado. Ao leitor de o refazer a cada leitura.

Que falem as pedras
desse mundo empedernido,
falem dessas gentes,
desses gerais profundos,
trazidos de dentro da alma,
à tona das mentes producentes. 

As pedras dos muros de pedras,
das pedreiras em profusão pelos caminhos,
dividem as terras e os homens que as tocam,
desde os sopés dos montes e colinas,
das montanhas aos mais altos cimos,
dos ânimos   

Das muralhas da China às pirâmides do Egito,
dos palácios e esculturas da Grécia
à Roma dos arcos e circos, que a plebe agita,
das milimétricas formações incas e maias,
dos seixos soltos das encostas e sendas peregrinas,
sempre elas, as pedras, a darem firmeza e guarita.  

Das escadarias das igrejas e casarões barrocos,
das tapiocangas dos cerrados e solidões,
às ruas de cidades de Minas e Sertões,
as pedras alicerçam as paisagens ferrenhas,
enegrecidas nas mãos dos escravos-mina.  

As pedras são as mais puras testemunhas
da história da Terra, dos quantos humanos
migram, em milhões de anos,
tomando-as nas mãos, varrendo-as com os olhos,
a procurarem os melhores ângulos da segurança,
para, depois, se encolherem em seus cantos,
e esculpirem a memória de feitos e encantos.

Um comentário:

jota Caixeta disse...

Muito interessante!
Imagine se as pedras tivessem consciência e pudessem se expressar, imagino o que elas nos contariam sobre civilizações antigas, suas histórias, pensamentos...