sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pensares a conta-gotas (62)

Na ampulheta do tempo,
A areia consome
As Idades do homem.

“Setenta anos é o total de nossa vida. Os mais fortes chegam aos oitenta. A maior parte deles, sofrimento e vaidade. Passam depressa e desaparecemos.” (salmo 89 - v.10)

De grão em grão de areia,
de hora em hora na bateia,
de dez em dez de vida
corrida e cheia
passam o homem e as idades.

De zero aos dez,
muita avidez no sustento;
dos dez aos vinte,
igual requinte, nos desejos;
dos vinte aos trinta,
o ímpeto pinta e repinta;
dos trinta aos quarenta,
mais o corpo se esquenta; 
dos quarenta aos cinqüenta,
a pressa, em fogo, aferventa;
dos cinqüenta aos sessenta,
o ânimo arrefece, mas enfrenta;
dos sessenta aos setenta,
a fragilidade se apresenta;
dos setenta aos oitenta,
a idade racha ou agüenta;
dos oitenta aos noventa, 
tudo se complementa;
dos noventa aos cem,
a vida vira desdém;
Além dos cem,
o homem é sequaz
do viver incapaz.
                   Para quê mais?

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