Com o passar do tempo, tempo , tempo !
“... ao pé dela, o relâmpago seria um século” (...)
“para descrevê-la, seria preciso fixar o relâmpago .” (...)
“Não importa ao tempo o minuto que passa ,
1
O tempo, sem tempo,
Sem volta, revolta.
Os fatos, devora.
Não vira, não soma,
Não tira.
Não tira.
Parece parado,
Mas corre e mais corre.
Como corre, desbragado,
Tão sôfrego, o danado !
2
O tempo é sem data,
É eterno inimigo,
E não findará comigo .
3
“O homem , filho do tempo , reparte com o mesmo tempo ou o seu saber ou a sua ignorância ; do presente sabe pouco , do passado menos e do futuro nada ”. (Padre Antônio Vieira, História do Futuro , Ed,. UnB, p. 121)
O tempo que passa,
Não passa de i nvento,
Bem humano.
Deixa em desgraças,
Ou em desenganos,
4
Quisera ter, ao menos, o direito,
O mínimo ensejo manifesto,
De abstrair o tempo, afastá-lo,
Elidi-lo, em meu próprio proveito.
5
De ano em ano
Contei os anos .
De cá pra lá,
Contarei meus jás.
Por mais lassos ,
Desandarei meus passos
Com o apagar
Dos traços e enganos .
6
O tempo corre,
Escorre a vida .
Morre o amor,
A gente finda,
E calado sofre,
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