terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Pensares a conta-gotas (58)

Já briguei com tudo,
Já briguei com elas,
Já briguei com eles,
briguei comigo,
Já briguei com todos,
Já briguei com o mundo.

Com Deus e os céus,
Ainda não briguei,
Bem que tentei.

Porém, agora, desconheço,
Se disso Deus conta faz,
Pois sou eu que, incapaz,
Fui, d´Ele, me afastando,
Nem ao menos anotando,
Quando a briga comecei.

Em lugar de bem amar, briguei,
E, comigo, continuo brigando!
É briga e mais briga,
Que não mais acaba,
E nem sei até quando
Continuarei a brigar
Me obrigando a nada.





Posso, sim, ser azedo,
posso, até, ter muito medo,
pois que, bem informado
de um traçado legado,
tenho, nas notas de rodapé,
o texto perdido e achado,
o arremedo de um enredo
mal revisado.




A fragilidade humana me espanta e vexa,
Perante a invencível tarefa do universo,
Em experiências sempre complexas!

Como pode o homúnculo sobreviver
A tão grandes penadas dúvidas,
E distâncias sem clemências!.

Pouca a matalotagem de coragem
A transportar, com paciência,
Por caminhos perversos.

Ser e vir a ser parecem, apenas,
Duas duras instâncias:
A nos vencer, ou a se vencer
                  Sem muita tardança.

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