sábado, 5 de novembro de 2011

Pensares a conta-gotas (46)

Meu desejo seria, agora,
Que me abraçasses
Bem forte, num enlace
De desapego,
Sem juros de mora.

E me segurasses,
Como elástico teso,
Por pelo menos
Dez minutos, absolutos,
De sufoco, o mais louco.

E me abrasasses o corpo,
De cima embaixo,
Como em fogo de fogueira
Que sabes bem acender,
Para um calor de amor.

E me deixasses devorar-te,
Por partes, aos poucos,
Por inteira, na lombeira,
Ao conta-gotas da boca,
Como em final de goteira.

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