À noite, ideias escurecem,
trevas ensimesmam,
encurtam a vista do ser vidente.
Esfriam-lhe os ânimos,
a visão não alcança o nariz,
a boca seca, só de pensar
no que possa revelar de emoções,
de soluções consequentes.
De dia, tudo se esclarece,
vão-se embora o medo,
o negativo, a passividade,
vêm a coragem, a vontade
de acontecer e de se fazer
não importa o quê
de mais positivo, de mais ativo,
de mais produtividade.
Pensa na paz, na superação,
em valores absolutos,
em como se pode ser capaz
de ultrapassar a pressa da luz,
vê gentes que vão e vêm,
pesa possibilidades,
com liberdade de expressão.
Luzes fazem se sentir mais perto
de um mundo de afazeres,
de buscas e sôfregas escapadas,
à frente da mente liberada. Mas...
há sempre quem ande no escuro,
sonâmbulamente, inseguro,
pois, apenas um ser consciente
é maduro e sabe diferenciar
ar puro, água mole e rochedo duro.
Um comentário:
Que versos interessantes! Clareza e ausência de clareza, luz e ausência de luz seriam o mesmo do que dia e noite? Segundo o budismo, a noite é a ausência do dia e não uma contraposição ao dia.
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