(Lembrando Quincas Borges)
O avô dizia: esperava pelo dia,
não deixava a noite chegar,
sem avisar, ao calcanhar,
com serviço ainda no balaio,
por terminar.
O sol era o fulcro de sua miragem,
na contagem das horas,
a guiar o dia, as coragens
e fadigamentos.
Antes de buscar o sono, a lua silente,
no distante firmamento,
luzia de convidar as mentes
a brincarem de esconde-esconde
nos claros-escuros das nuvens.
Quando a madrugada tardava
a perscrutar gretas de telhas,
frestas de janelas,
ele acordava para aguardar
o dia, sempre esperado,
nunca de hora tardia.
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