terça-feira, 28 de maio de 2013

Pensares a conta-gotas (194)


(Lembrando Quincas Borges)

 
O avô dizia: esperava pelo dia,
não deixava a noite chegar,
sem avisar, ao calcanhar,
com serviço ainda no balaio,
por terminar. 

O sol era o fulcro de sua miragem,
na contagem das horas,
a guiar o dia, as coragens
e fadigamentos. 

Antes de buscar o sono, a lua silente,
no distante firmamento,
luzia de convidar as mentes
a brincarem de esconde-esconde
nos claros-escuros das nuvens. 

Quando a madrugada tardava
a perscrutar gretas de telhas,
frestas de janelas,
ele acordava para aguardar
o dia, sempre esperado,
nunca de hora tardia.

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