quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pensares a conta-gotas (192)


Evanescência 2
 

Por que Nava escrever
tão lindos e acabados textos,
para depois morrer
de desgosto? 

Por que poetas
pensarem bonitas imagens,
para ficarem à margem,
na poeira que se apaga
em um só soprar de vento. 

Por que pintores pintarem
tão perfeitos rostos,
para os deixar expostos
a olhares rápidos e toscos? 

Por que viver tão pouco tempo,
nesse ponto perdido de mundos,
para pouco ou nada levar de volta,
por obra de transitória existência? 

A vida é mesmo deveras curta,
ou as contraídas dívidas
serão pagas a penas, em parcelas,
nessas infinitas janelas,
de tempos em tempos?

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