Evanescência 2
Por que Nava escrever
tão lindos e acabados textos,
para depois morrer
de desgosto?
Por que poetas
pensarem bonitas imagens,
para ficarem à margem,
na poeira que se apaga
em um só soprar de vento.
Por que pintores pintarem
tão perfeitos rostos,
para os deixar expostos
a olhares rápidos e toscos?
Por que viver tão pouco tempo,
nesse ponto perdido de mundos,
para pouco ou nada levar de volta,
por obra de transitória existência?
A vida é mesmo deveras curta,
ou as contraídas dívidas
serão pagas a penas, em parcelas,
nessas infinitas janelas,
de tempos em tempos?
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