quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pensares a conta-gotas (191)


Evanescência 1 



Nava conhecia, como raros,
os segredos da vida,
mas nada pôde afastá-lo
da já traçada divisa:
“médico, cura-te a ti mesmo”. 

Sem ser pintor das dores,
misturava os tons das cores
em tintas de trinta e cinco anos
de cogitação, insone ou acordado,
da janela de onde morava.  

Diante de si, havia o mar,
e as luzes de Niterói, ao longe.
A coloração, com o passar do dia,
ia se matizando, e as incógnitas
alimentavam o que escrevia.

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