domingo, 13 de maio de 2012

Pensares a conta-gotas (99)

Santo e santos,
glória e glórias,
hosana nas alturas
das sacras escrituras!

Nem sempre são exemplos,
os santos, da vida terrena.
Desmancham prazeres,
constrangem crenças e favores, 
cobram e vagam a esmo.

Pouco se compadecem,
nas preces,
e exigem mais dos demais
do que de si mesmos.

Julgam-se seletos merecedores
dos gozos celestiais,
condenam os pobres pecadores,
seus opositores,
a castigos eternos no inferno.

Entanto, sabe-se,
por manifesto,
que apenas pecam aqueles
que contra os demais pecam.


   


Ninguém se sentirá obrigado
a tolerar a intolerância presente
nos santos terrenos,
hostis ao pecador penitente.

Assim, é preciso ser
um pouco menoscruel”,
da parte dos que buscam
os favores do céu.

O dito “infiel”, porém, é indulgente,
menos exige do intransigente revel;
por mais flexível, está mais exposto
às muitas exigências dos gostos.




Quantos santos são mais do que santos,
que os santificados santos dos altares?
Esquecidos propositais, aos milhares,
não se enquadram nos requisitos legais.

Melhor ficarem a um canto, os benfeitores,
desprezados dos rituais irracionais,
para dissabor dos senhores papais,
dos favores de credores sobrenaturais.

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