terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pensares a conta-gotas (30)

O tempo passa,
Esvaziando nossa
Minguada taça,
Nascida, suposta,
Cheia de graças,
Enquanto, sutil,
Devassa a humana
Débil raça,
Em um mundo
Sem valores,
Ressequido nas cinzas
E corroído nas traças,
Amantes das dores.

Insensível, assim,
Sempre passa,
Volta e repassa,
Sem favores,
Apesar das preces
Das massas,
E seus contínuos
Vãos clamores.


O tempo, sempre o tempo,
A nos cutucar o entendimento.
Irrefutável, imutavelmente,
Nunca deixará que o mudemos
Enquanto, neste mundo pequeno,
A vida for só de valores terrenos.