segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Pensares a conta-gotas (29)

Por que o medo de viver,
Senão pela ânsia de evitar
As vascas reais da morte?

O viver é sempre perigoso,
E o morrer é forçoso aceitar,
Sem o de como dele escapar.

Vive-se por missão de ocasião,
Até quando a sorte durar,
Ou, então, até quanto
A tensão suportar. 



Por que a louca procura
De descendência direta,
Pura e concreta,
De herdeiros verdadeiros,
Que reforce a legítima família,
Senão, a guarda das posses
E da suspirada mais-valia?

Por que se lega mais facilmente
A filhos de púrpuro sangue,
Às crias da dor da semente,
Ou do amor o mais langue,
Os frutos do esforço bumerangue,
Do suor do desgastado rosto,
Breve, a se retornar exangue?

Um comentário:

UnirVersos.Br disse...

Bom estar aqui com estas palavras!

Estarei meio que à conta gotas
saindo com vontade de cartar
e querer logo voltar!

Obrigada pelo convite das filhas,
Obrigada pelo conforto das letras todas,

Mariane Ribeiro