quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Pensares a conta-gotas (281)


Haicais fingidos 24

De madrugada,
as janelas de Mendes
me selvavam na insônia.


O sono não vinha:
as imagens, por sorte,
eram mais fortes.


Por que me dividia?
Não sabia, não sei,
nem saberei.

 

Sou a soma
e o resultado
de extra/di/ções?


Fui uma semente:
corri mais à frente
da multidão.


Por que nasci?
Não sei!
Me vinguei de mim?


Por que vim?
Achei melhor
sair por aí, finim.


Vou vi-vendo:
estou de rosto n´água,
me vendo!
 
 
Sabedorias antigas:

“O cavalo pediu frio,
até relinchar
de dor nos dentes.”


“A vaca pediu chuva,
até amolecer
a ponta dos chifres.”

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