O que sabem os mortos
de morte, que não sabe
o comum dos mortais?
O esquecimento de ais
que deixaram para trás,
pouco ou nada mais.
∞
Com palavras poucas,
resume-se o mundo,
ébrio, moribundo.
Com um olhar rápido,
de par em par, o circundo,
balão vagabundo.
Com um silêncio mouco
e gestos poucos e rotundos,
machuca-se profundo.
Com um ó ao vento,
revela-se som tocado
de dó menor, infecundo.
Com um ah! de alívio,
suspendo-me no ar,
gir´ando, pr´a lá e pr´a cá,
viro-mundo.
∞
Quando perco o sono,
ouço um hino de grilos,
a grilar-me, gritando no ouvido,
como sino de fazer olvidar
o ônus de não poder sonhar
com as Vênus de Milo.
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