Os dias da pata, do pato, do ganso,
do cisne, da patota do lago
parecem deveras vagos,
e demoram a se somar
aos anos de poucos fatos.
Comem, dormem, rebolam,
esquecem os afagos, ao largo,
parecendo, às vezes, agastados,
descontentes com o meio ambiente.
Mas, quando pensam em descendentes,
tremem os corpos e se espremem,
como o calor a driblar o vento alado,
no expor de órgãos necessitados.
Aí, então, abandonam a água, a lama,
resguardam os lemes, esquecidos na chama
da imperiosa procura da prole,
e chegam a elástico equilíbrio de circo,
sobre rêmiges, untadas de sebo e brilho,
de inspirar humanos, passantes que somos
distraídos, no aquecimento para as noites
insones.
∞
A gata, o cão, o papagaio, o pavão,
o bem-te-vi da árvore em frente,
os todos animais que me assistem
no ir e vir diário, incoerente,
me olham de olhos complacentes.
Se falassem a língua dos homens,
se entendessem suas ideias e olhares,
se pudessem dar-lhes sugestões,
sobre proceder menos civilizado,
até agora, bem pouco comportado...,
poderiam subsistir, por mais tempo,
a rodar, por esse vazio profundo,
a rolar, sem atritos seus produtos,
supostamente inteligentes, absolutos,
o mundo seria mais mundo.
Talvez, as leis cósmicas,
por si sós, independentes,
esperassem um pouco mais,
para dar fim a seus atos egocêntricos,
por demais inconsequentes.
Um comentário:
JOAQUIM, GOSTEI DEMAIS DAS POESIAS SOBRE A BICHARADA TODA...AO RETORNAR A BRASILIA GOSTARIA DE FAZER OUTRAS CAMINHADAS NO PARQUE JUNTO COM VC PARA VERMOS OS PATOS, OS GANSOS E OUTROS BICHOS DA POESIA.
ABRAÇÃO E FELIZ 2014!
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