sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Pensares a conta-gotas (250)


Apraz-me imaginar o que possa ter acontecido
nos já longínquos, inúmeros passados.
As facilidades do progresso das ciências
ainda não eram tão fáceis como as de agora,
ou as que ainda hão de vir de fora,
para dentro das cabeças mutantes
dos que sempre se concebem ignorantes.  

O sol era, quase, como o desse momento,
uma centelha só de mais luxuriante;
a lua pouco diferia em lume da desse instante,
mais amiga dos namorados e amantes;
as estrelas luziam bem mais mistérios,
de um céu menos hermético e distante;
e as pessoas eram tão adeptas da guerra,
quanto as de hoje, egoístas e dominantes. 

Só não era, ainda, o bastante,
a força enorme das insignificâncias dos togados,
nas atuais circunstâncias dos homens ilustrados,
que se veem cada vez mais ignorantes e pequenos,
porque quanto mais sidéreos, menos terrenos,
quanto mais olham ao longe, mais afastados,
quanto mais perto miram, menos enxergam,  
quanto mais procuram o diferente, 
mais indiferentes se apresentam a outras gentes.

Um comentário:

Romildo disse...

Joaquim, parabens pelas poesias e textos. Estou com saudades dos nossos bate-papo. Quando volta ao Brasil? Minha vida deu uma reviravolta...