terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Pensares a conta-gotas (246)


(Haikais fingidos 7)  

Alma parte,
corpo se rende:
pó de vidro. 

 

Alma partida
corpo ao pó
descido. 

 

Não provo que falei.
Se falhei,
não aprovo. 

 

Destino traça caminhos,
que seguimos, tacanhos,
como estranhos. 

 

Voo devagar,
não leio livros,
estudo, ao crivo. 

 

Na chuva, árvore
chupa, ávida,
mel da terra. 

 

Poema medido
desânimo e graça 
do espontâneo. 

 

Poesia não teme
força, livre
de cruz e espada. 

        

Livros me olham
de soslaio, desafiam
estantes da vida. 

 

Campo sem flores,
girassol solitário
se desespera.
 
 

Vento forte
se mostra violento,
e sopra à morte.

Um comentário: