sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Pensares a conta-gotas (235)


Sonho com voos rasantes,
levito,
venço forças da gravidade,
flutuo,
transponho vales,
precipícios,
deslizo por espaços vazios,
decolo, pairo,
e valho-me, tão somente,
das próprias vontades
da inconsciência.  

Por desdita,
vejo chegar, indiferente,
a luzidia ciência,
para me acordar
na realidade
do dia a dia! 

 
 


Louvo a santidade,
no  lato sentido da palavra,
sem ligação que degrade
o pacto com a realidade,
e a íntima verdade santa.
 
 




Procuram-se doutores (não ama/dores),
que pressintam as dores dos pacientes,
que não lhes retirem o brilho dos olhos,
ou extraiam o restante dos dentes,
pela simples constatação da carestia,
que entendam as razões das penúrias,
estampadas nos rostos das agruras,
que não lhes comam o fígado combalido,
nem a vontade de viver, bem vivido,
por serem tutores de heranças devidas.




 

 

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