quinta-feira, 27 de junho de 2013

Pensares a conta-gotas (202)


Relegam-se papéis, aos montes,
a serem triturados e derretidos,
como cartas de dores recônditas,
a não se fazerem ressentidas. 

Pensares, a gente desprega no ar,
a serem divulgados e esquecidos,
como bandeiras desprovidas de signos,
depressa a se retalhar em tiras. 

Só a mente não costuma se soltar,
facilmente, aos trancos e borrascas,
aos ventos do esquecimento,
em lascas, em lágrimas, em lâminas,
por se evitar possíveis descosimentos.
 
∞ 
 
 
O homem não se fez,
para viver debalde,
tampouco nos arrabaldes,
como ave desgarrada,
de asas quebradas,
ou como leão apaixonado,
afastado do bando,
para amar, sem ser amado.

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