quinta-feira, 6 de junho de 2013

Pensares a conta-gotas (198)


O poema não pede para ser
processo,
de difícil acesso
à poesia. 

O simples é ser disponível
ao público carente, amante do natural,
do vestir modesto,
do comer frugal,
do beber igual,
e do ler sem gesto. 

A poesia pura chega
como pássaro ao ninho,
bem de mansinho,
sem ser notada,
sem ruído de aplausos,
ou de forma pensada. 

De carreira solo,
não esconde o rosto
ao belo, a tiracolo,
vestida de arminho,
tem gosto singelo,
e não se come sozinho.
 


 
 Em prosa, em verso,
em versiprosa,
em prosiverso,
a poesia transcende
o imanente do universo. 

Somente na calma
transcende o real
e se ascende
à singeleza da alma.

Nenhum comentário: