terça-feira, 18 de junho de 2013

Pensares a conta-gotas (200)


Nem sempre somos os donos
de atos e sentimentos.
Drummond não escreveu:
“Amar se aprende a mando”.
Eu, sim, de palavras e argumentos,
sustento a imposição. 

O amor, não se sabe, vem de longe,
do etéreo e do mistério,
para dentro da mulher,
quem mais conhece o vero ardor,
seu mister,
único na criação. 

Depois vem o externo do homem
se misturar na prole/feração,
e os filhos poderem aprender
a gerar ad infinitum,
no eterno rodízio
da pró/criação. 

O amor, às vezes, nos empurra
para o que nos desatina.
O destino, porém, desobedece
regras, leis do afeto,
e, até, da razão
peregrina. 

A vida ensina mais caminhos,
como disse o bardo da cena e da sina,
existem muito mais coisas por aí,
ó incrédulos poetas,
que a mente
nem imagina.
 


 
Aonde me levará essa vontade imperiosa
de falar a ouvidos moucos,
ou a ventos loucos, soltos? 

A voz de fumaça aquece
e se dispersa,
no ar do firmamento.
Os escritos ficarão relegados
ao esquecimento. 

Raríssimas exceções de escritores benditos
terão cativos leitores e valores,
os outros se limitarão a gritos.

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