Dos milhões que já morreram,
morrem, desaparecem, se exalam
em campos de batalhas e
maldades,
só se conhece o relato inexato
na com/versão dos sobreviventes
das inenarráveis atrocidades.
Nas guerras que ainda
virão,
não quero estar, com toda
a certeza,
entre os que morrerão de heroísmo,
para admiração, como se dizia,
dos que não morriam por paixão:
“Ave Caesar, morituri te
salutant!”
Os monumentos, “ai caduti”,
e aos que não mais voltarão
das lutas,
comprovam o desconhecimento
dos salvos-condutos do fatalismo
da sorte.
A história é uma, para
viventes aflitos,
outra, para caducos dos
conflitos.
Quem escreve as tais memórias?
Quem se vale de supostos elogios
aos caídos que não
conheceram?
Quem sabe das vidas sem
identidade?
Quem as ouviu contadas pelos vivos,
sem coroas de flores das
solenidades?
Do que se escreve das absurdas
mortes,
nunca se saberá de nascedouro
confiável.
De nenhum santo ou
soldados tombados,
incógnitos de ares
carentes “condoídos”,
ainda não se revelaram razões
de bondades
dos martírios ou velas acesas
de altares.
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