sexta-feira, 12 de março de 2021

Migalhas de Mim (82)

 

O rio caminha lento,

de tanto vagar,

ora sobe para o céu,

ora se solta no ar,

em buscas de passagens

para o mar.

 

Cavouca aqui, fura ali,

remove pedras,

paredes de montes.

Nada o demove do intento

até encontrar como passar,

e chega, pois tem que chegar.

 

Toda viagem de rio é assim,

perfura, corre, deita e dorme, 

num rebuscar de caminhos.

Na terra, no ar sempre há lugar

para começo, meio, fim

e recomeço no mais navegar.

 

Com águas de rio,

de ar, de suores de a-mar

não há entraves ou encalhes,

até nos tropeços dos vagares

com a certeza de chegar

e, sempre-sempre, retornar.

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