O rio caminha lento,
de tanto vagar,
ora sobe para o céu,
ora se solta no ar,
em buscas de passagens
para o mar.
Cavouca aqui, fura ali,
remove pedras,
paredes de montes.
Nada o demove do intento
até encontrar como passar,
e chega, pois tem que
chegar.
Toda viagem de rio é
assim,
perfura, corre, deita e dorme,
num rebuscar de caminhos.
Na terra, no ar sempre há
lugar
para começo, meio, fim
e recomeço no mais
navegar.
Com águas de rio,
de ar, de suores de a-mar
não há entraves ou encalhes,
até nos tropeços dos vagares
com a certeza de chegar
e, sempre-sempre, retornar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário