quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Nuvens esparsas (67)

Dinheiro não tem dono,
ele é que é dono de tudo,
de todos os mandantes ricos,  
e dos pobres, sobretudo.

De frieza sem tamanho,
ama o desigual e o desumano,
a ninguém presta contas
de mazelas deveras sem contas.

A miséria nada lhe causa de abalo,
dor na consciência, nem espanto,
porque nem de estalo toma ciência,
do sofrimento e mínima descência.

Pouco lhe importa e interessa
que o sangue escorra na terra,
que crianças morram às pencas,
de fome, em absurdas guerras.

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