(Relembrando tempos reclusos)
Deus me
vê, me aclara,
não me
censura, cura,
nem lhe
cabe condenar.
Olho de
Deus
não
conhece mau-olhado,
nunca foi
triangular,
severo,
oblíquo, raivoso,
dissimulado.
Bondoso,
sempre, foi,
com muita
vontade
de ajudar
o pobre coitado.
Não me
olhou
no
banheiro, ou sanitário,
para
evitar
o vício
solitário.
Nem
enxergou, malsim,
no escuro
do confessionário,
pensamentos
culpados,
resistentes,
noturnos,
reincidentes,
como a
consciência de Caim,
no refúgio
solitário.
Dentro da
vedada muralha,
assentado
numa cadeira fria,
rígido,
encolhido, inseguro
na sombra
profunda,
o revejo
foragido verdugo,
em “ La
Conscience”,
poema
escuro de Victor Hugo.
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