Bachô: “Uma pimenta /
Colocai-lhe asas: / uma libélula rubra”.
“Velho tanque. / Uma rã mergulha: / barulho da água”.
Do discípulo Kikaku: “Uma
libélula rubra. / Tirai-lhe as asas: / uma pimenta”.
Haicai: lampejo,
imagens engolem
instantes de tédio.
A
rã de Bachô
deixa,de
novo,
no
poço, a calma.
Bachô mergulha
olhos d´água.
Libélulas,
pimentas vorazes,
pimentas vorazes,
larvas
criam asas.
Inseto fecundo,
libélulas povoam
pântano amargo.
Moinhos
abadonados
enchem-se
de sentidos,
poemas
curtos.
Nem nuvens no céu,
cimos desvelados:
azul profundo.
Zás-trás de maldade,
bomba H ascende
cinzas do vômito!
Sem mais correrias,
prudência apascenta
avarias de adeus.
Cuidado com os santos,
anjos da guarda!
Balanços do andor.
Santo Antônio de costas,
fato bisonho.
Prova de amor ou sonho?
Deus vem com jeito,
Santo Antônio com gancho,
rede armada do rancho.
Cantar o amor,
sem emoção,
reclusão e dor.
Chegada a hora,
morte não enrola:
degola e sai fora.
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