sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Novos Pensares 1



Bachô: “Uma pimenta / Colocai-lhe asas: / uma libélula rubra”.
“Velho tanque. / Uma rã mergulha: / barulho da água”.
Do discípulo Kikaku: “Uma libélula rubra. / Tirai-lhe as asas: / uma pimenta”.


Haicai: lampejo,
imagens engolem
instantes de tédio.



A rã de Bachô
deixa,de novo,
no poço, a calma.

                   
Desassossego.
Bachô mergulha
olhos d´água.  



Libélulas,
pimentas vorazes,
larvas criam asas. 


Inseto fecundo,
libélulas povoam
pântano amargo.                                                                                                                            



Moinhos abadonados
enchem-se de sentidos,
poemas curtos.


Nem nuvens no céu,
cimos desvelados:
azul profundo. 


Zás-trás de maldade, 
bomba H ascende
cinzas do vômito! 



Sem mais correrias,
prudência apascenta 
avarias de adeus.



Cuidado com os santos,
anjos da guarda! 
Balanços do andor.



Santo Antônio de costas,
fato bisonho.
Prova de amor ou sonho?



Deus vem com jeito,
Santo Antônio com gancho,
rede armada do rancho.



Cantar o amor,
sem emoção,
reclusão e dor. 


Chegada a hora,
morte não enrola:
degola e sai fora. 










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