Se o pobre se transmutasse em rico,
se o rico, em pobre,
tudo ficaria na mesma,
nada mudaria, na ordem dos fatores
e do produto.
Se pobre se tornasse menos pobre,
se rico, menos rico,
aparentemente,
bem pouco ainda se resolveria,
no coeficiente das operações.
O que, porventura,
se trocasse na equação da regulagem,
seria simples alteração
na natureza dos valores
em comparação.
Na fusão de continentes,
igualdade não seria determinante,
e uma contingência insana
manter-se-ia na desigualdade,
inerente à natureza humana.
Como pobre, comumente,
se torna cada vez mais pobre,
e rico, sempre mais rico,
só no final dos tempos consertar-se-iam
avarias, nessa fatal engenharia.
Os dois campos se extinguirão,
equidistantes e impreterivelmente,
um, por fome ou inanição,
o outro, por ambição,
na insaciável autofagia.
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