quarta-feira, 13 de março de 2013

Pensares a conta-gotas (185)



Pouco adianta procurar coisas,
que só se deixam encontrar,
quando menos se fazem
esperar. 
Elas se escondem, proposital,
do olhar, da mão, da precisão,
mas chegam, como não podem
deixar de chegar. 
A graça do inesperado
está no viajar a esmo,
narinas ao vento do momento,
fora ou dentro de si mesmo.  
 
A poesia paira etérea,
a prescindir da matéria.
Quando ocorre se vestir
de prazeres, pompas ou penas,
assume formas terrenas.
Já o poema, o verso, ou a prosa
são suas vestimentas à mão,
para agradarem aos sentidos,
à situação,
segundo vontade singular,
da poética mediática
da precisão de se mostrar,
sem mais vagar.

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