sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Pensares a conta-gotas (158)


De que haverá
de se lembrar?

Desse deserto
de pouco amor
e gramas?

De areias quentes
de esquecimentos? 

De águas ferventes
de indiferenças?
 
De fronteiras amuradas
de egoísmos?  

De caras amarradas
de lavadas carências? 

De vidas passadas
sem saudades,
de demências?
 


 
Não se lamenta o acontecido,
quando muito, comenta-se
o aprumo das rodas,
o rumo do roteiro,
a consistência das molas,
a velocidade dos fatos. 

O destino é que controla
a vida que segue e não para,
porque a viagem é sem demora,
e podem ser muitas e variadas as rotas,
pouco se tem ciência e visão,
do pó das estradas remotas.

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