sábado, 15 de dezembro de 2012

Pensares a conta-gotas (157)


Enquanto uns destampam sorrisos,
outros agonizam,
longe do paraíso.

Onde os que desfrutam,
enquanto outros lutam,
sem nome? 

Para onde vão os que morrem,
enquanto outros fogem
dos que sofrem? 

O que sobrará dos que comem,
enquanto outros somem
exalados da fome?

 

 
Quantos merecem
uma palavra
de reconhecimento,
mesmo que seja a minha;

Quantos precisam
de um pingo
de amor e carinho,
mesmo que sejam os meus;

Quantos repartem
uns pedaços de alma, em dores,
mesmo que sejam por carências
de mais variados valores?

Vive-se sempre mais secamente,
planta-se mais em terrenos vazios,
sem dono,
mesmo ciente de que se colherá
mais tarde
o suplemento do abandono
que sempre arde.

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