quinta-feira, 23 de maio de 2024

Migalhas de Mim (133)

 Língua, línguas minhas, consoantes e vogais,

e mais límpidos timbres e tons,

às sonoridades misturadas,

almas portuguesas, medievais, greco-latinas, Américas,

índios, Índias, Áfricas, bantos,

tupis, guaranis, tapuias, tamoios, tupiniquins, carajás,

ignotas e vivas nheengatus, ianomamis, amalgamadas,

povos, óvulos, ovos oriundos de variados mundos.

 

Raças alhures adversas, de diversas graças,

por aqui aportaram ou aportam e quedam,

e exportam valores universos,

amores, sem cores, sem compressas,

de mais calorosas conversas.

 

Língua de astros, de esses e sisos,

ósculos e fusos, usos e risos, lisos

de texturas e culturas, que aos ouvidos agradem,

de retratos, de almas e asas,

corações, razões de mais misturas.

 

Na fala dos amantes do belo e dos elos,

do lápis, do ouvido singelo,

mudem-se as incongruências de sons já corroídos,

de cidades, pontes, ruas e rios,

e os demais acidentes geográficos,

por correspondentes sons bantos, iorubás e indígenas,

bem mais puros, doces, próprios, nossos 

bem mais reais, musicais e imparciais

nos colóquios, in bloco e nos gerais. 

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