Re-lance
O
chiado triste e casto do carro, de bois
de
chifres de pontas em riste,
por
passagens de poeiras, sulcadas,
sem
margens, sem tratos, desbravadas,
apinhado
de espigas, às milhares,
de
ouro de milhos sadios, maduros,
em
final de tarde cálida e calma,
da
seca e da sede acre-picantes,
tal
imagem presente na soledade da alma
dessas
minhas visagens notívagas,
banhadas
a silêncio estridente de grilos ,
desses
meus sertões gerais de milagres,
de
encantos de coração já domado,
a
remexer em fios finos, debilitados,
de
acurado refino de lembranças,
de
carreiros andantes, curados na herança
dos
tais bugres bravios, de tez sem corante,
na guia dos
animais de eras, esforçados,
no resfolego
incessante, mansos ruminantes,
ao som de eixo
e azeitados cocões,
torneados chumaços
do pesado bálsamo,
com fragrâncias e cheiros do
mato dentro,
me refaz,
em ávida criança de momentos.
Um comentário:
Interessante saber por onde vão seus pensamentos de infância
Postar um comentário