Ontem,
a peste negra, agruras,
a
gripe espanhola, sofrimentos.
Depois,
tantas vezes de amarguras
dos
anos de ódios descabidos,
armas
caindo, mortes subindo,
aos
borbotões, como em fervura
de
ambições sem compaixões,
e
a vida mantida como esmola.
Agora,
o vírus corona assola,
tira
o sono, corrói o planeta,
detona
esperanças de melhores horas
pra
humanidade que mais se isola,
sem
representar saídas possíveis
que
livrem os homens da desventura.
Há
fome como tempero,
falta
de comida, guerras fratricidas,
dores
incontidas, desesperos,
gritos
sofridos, cruezas em parcerias
com
o medo medonho, sem tamanho,
tsunamis,
terremotos, tufões,
meteoros
anunciados, convulsões,
horrores sentidos a desamores movidos.
Amanhã,
outros quaisquer flagelos
baterão
à janela, desavisadamente,
balas
perdidas, nunca sabidas
onde
se escondem, onde se elaboram,
de
onde partidas, para onde voam
desabridas,
sem razões definidas.
À espreita, a suspeita de que tal vírus
voltaria para reforçar a luta pela vida.
A qualquer hora, pode vir a hora
de
ir-se embora, sem delonga,
sem
penhora com data finda.
Mas
o pior de tudo, ainda,
é
a depressão, sem solução,
que
não leva jeito, como preceito,
por se alojar dentro
do peito.
Um comentário:
Belos versos para uma triste emoção, pai
Postar um comentário