sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Cantos e (des)encantos (19)


Poeta:
ser vivente
afeito ao mundo
em voltas?

Poeta:
ser vidente
atento à realidade
nua e solta?

Poeta: ser
vertente
versátil
amante, talvez?


             


Dei-me
como nem sei
em versos?

Converso palavras
sem rima, sem lima
sem calão.

Lanço no ar
letras laçadas
entre sons e ventos alados.

Reversos de alma
pré-ocupada
com uni(r)versos.


             


Chorar
a sina do poeta?

Para quê?
se a poesia nunca fenece?

O poema não é brincadeira e jogo.
É também fogo
que sem queimar aquece.

Uma prece talvez
um canto que raro se esquece
assim ao primeiro espanto
de quem nem o merece.


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