sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Pensares a conta-gotas (244)


(Na basílica de Villafranca / Puglia - 4/11/13)

 
Da Arte, por impossível,
não se percebe o tudo visível,
feito com tanto engenho e zelo,
e mais empenho e graça.  

O mundo, apesar de tão jovem,
sabe-se, já, decadente,
de inúmeras guerras, poucas glórias,
muita traça invisível. 

Do pouco que se sabe do todo,
possível é perceber
o quão pouco se conhece e se vive
da ínfima parcela, com que se participa
nos fatos e bons feitos da história. 

Dos cupins, porém,
e dos inúmeros fungos e mofos,
muito pouco se conhece e se vê
como trabalham,
e do tempo que gastam,
no que retalham. 

Das marcas que vão deixando,
ou do que apetecem e carregam,
para irem, aos poucos, comendo,
porque sempre se julgam merecer,
só se percebe o evanescer
das belas pArtes do viver.

 
Aos caducos de guerra
( San Vito dei Normanni / Puglia / novembro /13)
"Os políticos dizem o que não pensam, e pensam o que não dizem." 

Muito pouco valem os monumentos,
se ornados, apenas, de coroas de flores,
que não expressam dores e gemidos,
cada vez mais frios os sentimentos,
e nomenclatura de avivar memórias,
que se apaga sob as intempéries do tempo,
que jamais haverão de devolver as vidas
e as glórias, aos infortunados caídos? 

Guerras são sempre absurdidades inglórias,
e traduzem as mentiras dos poderosos,
que fingem expressarem pensamentos
e direitos dos supostos comandados.
Mas os verdadeiros heróis da história
moram no peito de quem sofreu seu parto,
e, depois, teve que assistir, sofridas,
à sua definitiva, insofismável partida.

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