terça-feira, 28 de junho de 2011

Pensares a conta-gotas (1)

Ninguém nasce sabendo.
Erra-se, primeiro, tentando,
E se acerta depois, vivendo.
Importa seguir colhendo
Os haveres da contenda,
Sem qualquer sinal de mando
Ou de desmando de parlenda.



Versos teimam em ver o dia, desobrigados,
Preferencialmente, valentes e vividos,
Desculpabilizados de falsos sentidos
Desprovidos da maledicência de sectários
(Severos jurados de regimes totalitários
De mundo de intolerâncias e de armários)
Libertos da trama rala de toscos tecidos,
Vazios de máculas de comentos hilários.

Podem, até, permanecer calados,
Por algum tempo mais, enclausurados,
Esquecidos nos asilos, represados,
Nunca, porém, de todo, emudecidos,
Na censura polêmica das conjunturas,
Porque nascidos em berço de estilos vários,
De esteta autônomo, arrojado missionário,
Menos adepto de aspectos temporários.

Um comentário:

Teldo Falllieri disse...

Caro Jota,
Lembrando Heidegger, para quem "a palavra é a morada do ser", saúdo o momento em que você abre as portas de seu fazer literário a este veículo poderoso. Vida longa ao Blog!

Teldo Fallieri