quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Migalhas de Mim (127)

 

Há que haver Deus vingativo,

para homens atrozes e maus,

que dão de beber veneno ou gasolina

a crianças sãs, palestinas,

para incendiá-las diante de gente cega,

seres sem ego, de cabeças de prego?

 

Há que haver vida digna, sincera,

para além do planeta Marte,

onde aconteça justiça vera,

aos que aqui são de pouca sorte,

que nascem e sofrem as diferenças

desde a nascença até a morte severa?

 

Há que haver inferno, doído e eterno,

que abrigue homens dementes

que eliminam mulheres e filhos

por serem canteiros e sementes,

promessas de mais tantas gentes

conscientes das ofensas catervas?

 

Há que se deixar somente a Deus

a missão de julgar os assassinos

da humanidade, coléricos e falaciosos,

da justiça dos homens, oculta e falha,

se a divina, distante e misteriosa,

só pertença a Deus que nos valha?

Um comentário:

Eugenio Estevam Batista disse...

Perguntas afiadas. De fio fino, frio e forte. Partindo a criação ao meio. Na busca de um segredo que se chama Sorte. Aquém de Marte e além da Morte.