quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Cantos e (des)encantos 13


(Projeto e pretexto)


Até onde o poema
de onde parte a prosa
verso, prosa
pouco importa
importo pouco
viva à poesia!

Desconheço fronteira
soleira de porta.
Meus recados, dou-os ao tempo
finco esteio sem fôrma
mensagem sem margem
de forma vivida.

Arte arrancada e sofrida
árvore de cerrado mirrada, retorcida
despojada de adereços e verve
dissecada no fogo relâmpago
incendiada, enegrecida na casca
viva no cerne.

Meu texto
sem endereço certo
é pedra rolada
sem lima e sem rima
nas águas e re-voltas
dum rio.

Não o amolo em escola
aqueço-o
no magma 
que ferve dentro de mim.

O inspirado poema
o inusitado do verso
o mistério da alma
o enigma da vida
a verdade do eu?
Revelar posso?

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