terça-feira, 8 de maio de 2018

Nuvens esparsas (89)


O corpo, já não me sustenta,
recusa-se a seguir-me os passos.

Deixá-lo-ei, aqui, fatalmente,
a me desesperar, quando voltar,
sem mais o encontrar,
em pó desfeito e esparso.

O ir e o vir, por aí,
costumam endurar os tempos.

De que posso me lembrar,
por impossível na existência,
e decurso de oportunidades,
ou falta de recursos da essência?

Sinto-me mais leve que a neve,
só de pensares inconsistentes.
  
Juízos não me deixam ocasiões
para interrogações, decisões abalizadas,
interjeições repentinas, modelos precisos,
a me levar e trazer de prometidos paraísos.

As eras sempre são de esperas,
mais curtas e sem mais idades.

Ando de imposições, ou necessidades.
O aprendizado, por solitário,
deixa, quando muito, indícios de registros
em diários de secretário.

Lamento inexperiências,
com itinerários mal traçados.

Sou ainda do curso primário,
aprendiz sem diretrizes,
de escolas de vidas, sequenciadas,
ainda a vagar em estados precários.

Nenhum comentário: