domingo, 2 de abril de 2017

Nuvens esparsas (49)

Exercício da culpa

Ninguém suporta o silêncio
a corroer o peito
aprisionado, desfeito
em remorsos.

Suspeito de silenciar fatos
renegados a priori,
onisciente de pecados coletivos, 
por conveniências...

Mentira não cola, nem se cala.
Verdade dói antes de ser dita,
e aflora, mesmo que demore,
na sala iluminada da consciência.

Mas dia virá, no desassossego,
em que se confessará,
sem muito fazer esperar,
passado torpe, 
sombras e pesadelos...

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