segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Nuvens esparsas (30)

Espaços lapidares

De saída, o sol da tarde relança raios mornos
sobre lápides, nesse recanto triste e solitário.
Ali ainda existem lembranças de vidas descoradas.
Retratos se apagam aos poucos das memórias,
e já quase nada revelam e falam aos visitantes.

Mortos se esquecem dos que não estão mortos?
O espírito vivifica em assentos etéreos?

Apenas alguns vivos ali vão, para se lembrarem
de que mais dias menos dias, também o sol embaçado
menos aquecerá aqueles lugares de frio profundo,
e repartirá como a tristeza de entardecer moribundo.
Mais um 2 do11, desse 2016 ter-se-á finado.

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