quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Alice no país da felicidade

Alice no país da felicidade

Por esses meados de julho,
Brasília manifesta, uma vez mais,
evidente secura
no clima, no chão, na vegetação
com mortificadas texturas.

Em Nice, o mundo manifesta terror,
com noticiário recheado e cru,
em acirrados conflitos descabidos,
insensatezes, dores tamanhas,
e carências de amor.

Mas, ao findar do décimo quarto dia,
um hálito quente e possante,
faz nascer esperanças de serenidade,
de livre alento, paz fraternal e paridade
entre as gentes.

Alice chegava de águas clementes,
abrindo véus de promessas de mais luzes,
de mais céus e verdes em profusão,
para um mundo sem pré-juízos,
de paz de azuis profundos.

Para além desse torrão de mundos,
há de haver espaços para se brincar,
e crianças espertas, de olhos atentos,
abertos ao palco
de saudáveis fantasias.

Nesse país, então, de grandes alegrias,
haverá peixes e pássaros multicores,
animais encantados, selvaguardados,
fontes de águas límpidas e doces,
paraísos recheados de boas lembranças,
de mais esperanças e maravilhas.

Alice trouxe a doçura no nome de redondilha,
alcance no olhar de meiguice e carícias,
acervo de promessas de doce vida,
brilhos translúcidos de sol de julho,
à espera de mais festas e aleluias,
de cicios de cigarras e sons de silêncio,
afagos de boas vindas, em festins de delícias.




Do avô Joaquim Caixeta - 14/7/2016

2 comentários:

Jota Caixeta disse...

Que lindo, pai! Vou publicar no meu facebook.

cultura disse...

Linda poesia. Cheia de otimismo para o futuro de Alice. Desejo que todo esse cenário se concretize para Alice, para os pais e para todos que conviverem com ela. Parabéns "Quincas Borba"!!
"Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes.
— Queres ser meu discípulo?
— Quero.
— Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres
penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há
vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das
coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o
meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas...
— Mas que Humanitas é esse?
— Humanitas é o princípio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e
idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível,
— ou, para usar a linguagem do grande Camões:
Uma verdade que nas coisas anda,
Que mora no visíbil e invisíbil.
Pois essa substância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas.
Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais
entendendo?" Parte do diálogo de Quincas Borba com Rubião.