Alice
no país da felicidade
Por esses meados de julho,
Brasília manifesta, uma vez mais,
evidente secura
no clima, no chão, na vegetação
com mortificadas texturas.
Em Nice, o mundo manifesta terror,
com noticiário recheado e cru,
em acirrados conflitos descabidos,
insensatezes, dores tamanhas,
e carências de amor.
Mas, ao findar do décimo quarto dia,
um hálito quente e possante,
faz nascer esperanças de serenidade,
de livre alento, paz fraternal e paridade
entre as gentes.
Alice chegava de águas clementes,
abrindo véus de promessas de mais luzes,
de mais céus e verdes em profusão,
para um mundo sem pré-juízos,
de paz de azuis profundos.
Para além desse torrão de mundos,
há de haver espaços para se brincar,
e crianças espertas, de olhos atentos,
abertos ao palco
de saudáveis fantasias.
Nesse país, então, de grandes alegrias,
haverá peixes e pássaros multicores,
animais encantados, selvaguardados,
fontes de águas límpidas e doces,
paraísos recheados de boas lembranças,
de mais esperanças e maravilhas.
Alice trouxe a doçura no nome de redondilha,
alcance no olhar de meiguice e carícias,
acervo de promessas de doce vida,
brilhos translúcidos de sol de julho,
à espera de mais festas e aleluias,
de cicios de cigarras e sons de silêncio,
afagos de boas vindas, em festins de delícias.
Do avô Joaquim Caixeta - 14/7/2016
2 comentários:
Que lindo, pai! Vou publicar no meu facebook.
Linda poesia. Cheia de otimismo para o futuro de Alice. Desejo que todo esse cenário se concretize para Alice, para os pais e para todos que conviverem com ela. Parabéns "Quincas Borba"!!
"Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes.
— Queres ser meu discípulo?
— Quero.
— Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres
penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há
vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das
coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o
meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas...
— Mas que Humanitas é esse?
— Humanitas é o princípio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e
idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível,
— ou, para usar a linguagem do grande Camões:
Uma verdade que nas coisas anda,
Que mora no visíbil e invisíbil.
Pois essa substância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas.
Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais
entendendo?" Parte do diálogo de Quincas Borba com Rubião.
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